terça-feira, 5 de julho de 2011

O Desejo de Consumir

Consumo é a palavra-chave para se entender esse processo. O que é o consumo na verdade? Na definição de Nestor Canclini: “O consumo é o conjunto de processos sócio culturais em que se realizam a apropriação e os usos dos produtos.”
Essa apropriação dos bens tem reflexões diferentes em cada pessoa, cada um irá consumir para um fim pessoal, é como se houvesse uma formação de identidade, ou mesmo uma elaboração de sentido para a vida.
Assim, o consumo é compreendido pela sua racionalidade econômica, ou seja, um produto é produzido com a finalidade de ser consumido. Por exemplo: os representantes da Skol, quando procuram um bar para obter exclusividade de sua marca, estão propondo um investimento inicial para chegar ao lucro final: a venda da cerveja. É tudo uma questão de lucro.
Mas o consumo também pode ser visto sobre a ótica, sociopolítica. O consumo, como diz Manuel Castells, “É um lugar onde os conflitos entre classes originadas pela desigual participação na estrutura produtiva, ganham continuidade em relação à distribuição e à apropriação dos bens.”
O encaixe desta definição pode ser facilmente observado nos bares que são patrocinados pela Skol (uma marca mais popular, de grande adesão dos jovens) e pela Heineken (marca relativamente nova no Brasil, mas que indica certo status, até mesmo pelo seu preço).
Ir ao bar onde tem Heineken como patrocinadora ou ir onde tem a Skol pode ter diferença simbólica para os consumidores, mas o fato é que ambos irão vender cerveja. O que as diferencia são o preço e a qualidade, não status sociais.

Na Rua Morais e Castro, Alto dos Passos, JF, observamos quatro bares em sequência, destes três são patrocinados pela Skol. Da direita p/ esq. estão: Observatório Bar, Krismara Bar, Contemporâneo Pub e Pronto Pizza (patrocinado pela Heineken). Ambos cosntumam ter geralmente  o mesmo número de clientes
Neste aspecto, é possível isentar a “indústria da cerveja”. Quem cria esses empecilhos socioculturais são as pessoas e não as marcas, que visam apenas vender. Embora selecionem o público, o conflito de inferioridade/superioridade está no imaginário do consumidor.
Enfim, consumo é uma arena de distinção simbólica, e os bares seguem esta lógica, pois selecionam seu público muito mais por sua estética do que por seu preço.

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